sexta-feira, 2 de julho de 2010

Disse que me disse

Casa sustentável da Universidade Técnica da Virgínia vence Solar Decathlon Europe 2010

Conhecida como Lumenhaus, residência de 75 m² possui sistema de paredes deslizantes que criam sensação de ampliação do ambiente, além de interação entre o interior e exterior do projeto

A equipe da Universidade Técnica da Virgínia (Virginia Polytechnic Institute & State University) venceu o Solar Decathlon Europe 2010, competição de casas sustentáveis realizada entre os dias 18 e 27 de junho, em Madri, na Espanha. Ao todo, 17 equipes participaram do concurso.



A casa de 75 m², conhecida como Lumenhaus, foi inspirada nos projetos do arquiteto Mies Van Der Rohe e possui paredes deslizantes nas fachadas norte e sul. Chamado pela equipe de Virgínia como "Eclipsis System", o sistema é composto por duas camadas deslizantes independentes. Uma é um painel de isolamento térmico, que nada mais é do que um painel translúcido de policarbonato enchido com aerogel para proteger o interior da residência das condições meteorológicas. Já a outra camada é formada por uma 'veneziana quebra-luz' composta por um painel de aço inoxidável, flexível para a criação de pequenas abas sob medidas diferentes. A perfuração e os ângulos em que os círculos são dobrados para trás são especificados de acordo com as exigências do local e dos projetos interiores para a iluminação e privacidade dos ambientes.

"A casa interior e o exterior moderam uma transição sem emenda quando o sistema de Eclipsis está aberto, entregando uma transparência rica do espaço. Quando o clima está bom, as telas podem ser abertas, criando uma conexão física e psicológica com o ar livre. Os dobros do espaço no tamanho e as paredes do norte e sul tornam-se inexistentes, fazendo os quartos ilimitados", disseram os profissionais da equipe.



Além desse sistema, a casa também é totalmente mantida por energia solar, colhida por meio de painéis fotovoltaicos bifaciais, tipo de sistema que, segundo a equipe da universidade, pode aumentar a potência da energia captada em até 15%. O ângulo dos painéis pode ser ajustado segundo a época do ano, variando sua inclinação de zero a 17 graus. Outras características da casa incluem revestimento com materiais reciclados e a favor do meio ambiente, um sistema de aquecimento do assoalho e a possibilidade do proprietário controlar o microclima da residência com um smartphone.

A casa modular é projetada para ser extremamente flexível, adaptando-se às necessidades do proprietário. As unidades múltiplas podem ser conectadas ou empilhadas para criar dois, três ou quatro ambientes novos.

A Lumenhaus obteve 811,83 pontos na classificação final do Solar Decathlon Europe 2010. Todos os projetos participantes foram avaliados quanto à arquitetura, engenharia e construção, sistemas solares e de água quente, condições de bem-estar, equipamento e funcionamento, comunicação e sensibilização social, industrialização e viabilidade de mercado, inovação e sustentabilidade.

1º lugar



Projeto: Lumenhaus
Equipe: Virginia Polytechnic Institute & State University
País: Estados Unidos
Pontos: 811,83

Filme Sketchup

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Disse que me disse

New Bond Street Project



Trata-se de um grande projeto de revitalização de um quarteirão inteiro em Mayfair, Londres. O trabalho foi realizado pelo EPA (Eric Parry Architects) e o sistema consiste de dois novos prédios comerciais e a sensível junção destes com prédios residencias (terraços) e espaços comerciais já existentes).


O design teve como objetivo reter os elementos do tecido urbano que são parte integrante da natureza da área, criando espaços de alta qualidade para negócios, varejo, e, também melhorando significativamente o espaço público.


O empreendimento é composto por três edifícios ligados que se estendem pela New Bond Street, Maddox Street e St. George Street. O projeto recupera uma quadra urbana conhecida por sua arquitetura distinta e cuja "função" de destaque é o varejo residencial e comercial. O conceito incorpora fachadas Regency e Hanoverian e respostas contemporâneas ao tecido urbano e seu património.



Um resumo bacana deste projeto pode ser visto no vídeo, conforme link abaixo:
http://www.detail.de/artikel_new-bond-street-film_25952_En.htm

Fonte: http://www.detail.de/artikel_new-bond-street-project_25483_En.htm

Receitas - Como Ocupar uma Vaga de Carro



Intervenção da turma

(mobiliário)

- 2 portas dianteiras
- 1 porta traseira
- 1 capô
- 5 pneus
- 4 rodas
- 1 volante
- 2 para-choques
- 4 tapetes
- 4 bancos de carro

(churrasco)

- 3kg de picanha
- 3kg de alcatra
- 4kg de asa de frango
- 3kg de linguiça tropeira
- 9kg de carvão vegetal
- sal grosso
- 4 espetos
- cerveja e refrigerante a gosto




1) 3 pneus empilhados funcionam como um compartimento para gelo e bebidas que deve ser colocado na parte traseira do "carro".


2) Protegidos pela porta traseira estão os mantimentos.



3) Os quatro bancos são colocados em torno da mesa composta pelo capô apoiado sobre 2 pneus empilhados.



4) O volante serve de arranjo de flores (artificiais).




5) A churrasqueira? As 2 portas dianteiras são colocadas uma em frente à outra e se transformam numa excelente churrasqueira com os apoios necessários para os espetos e a distância perfeita entre a carne e o carvão, armazenado nas 4 rodas adaptadas.



6) Para-choque traseiro e dianteiro colocados nas respectivas posições.


Agora é só aproveitar o churrasco e lógico, não se esqueça de convidar os amigos...


Bom churrasco!!!

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Disse que me disse

Disse que me disse


Museu do Amanhã, de Santiago Calatrava


O Rio de Janeiro vai ganhar um museu de ciências diferente dos já conhecidos. O Museu do Amanhã, lançado no dia 21 de junho durante um encontro que reuniu mais de 400 pessoas no Armazém 2 do Cais do Porto, vai estimular o visitante a refletir sobre as diversas possibilidades e escolhas que o Homem pode ou deve legar ao futuro.


O museu vai transformar seu percurso de visitação, com ênfase no comportamento humano e na ética, em uma aventura – a passagem do conhecido para o desconhecido. E vai estimular o livre exercício da imaginação como uma plataforma para sondar, por meio de ideias e emoções, o caminho em direção ao futuro.


O museu será construído no Píer Mauá e faz parte do plano de revitalização da zona portuária da cidade, batizado pela prefeitura de Porto Maravilha. Com concepção arquitetônica do espanhol Santiago Calatrava, o prédio vai surpreender por suas linhas orgânicas e pelo movimento de enormes placas de aço localizadas em sua parte superior, que se abrem como asas para captar energia solar e alimentar o museu.


Seu projeto segue a abordagem de uma construção favorável ao meio ambiente, que tem relação direta com a temática da sustentabilidade. A construção prevê a utilização de recursos naturais do local, como a criação de um sistema de fluxo de água capaz de retirar água da parte mais profunda da Baía de Guanabara, e, portanto, mais fria, para circular dentro do prédio e propiciar um clima mais fresco em seu interior.

O Museu do Amanhã é uma iniciativa da prefeitura do Rio de Janeiro, com realização da Fundação Roberto Marinho, e prevê um investimento de cerca de R$ 130 milhões. Suas obras devem começar no primeiro trimestre de 2011 e a estimativa é que o museu abra suas portas ao público no segundo semestre de 2012.


domingo, 13 de junho de 2010

Visita ao Inhotim



No dia 30 de maio deste ano, nossa turma (Arq Not 2010/1) visitou o museu de Inhotim. Além de ser uma oportunidade rara de reunir os colegas, o espaço é fantástico premitindo-nos verificar obras dos mais variados autores, diversas instalações além do belo e imenso espaço natural.


O Inhotim caracteriza-se por oferecer um grande conjunto de obras de arte, expostas a céu aberto ou em galerias temporárias e permanentes, situadas em um Jardim Botânico, de rara beleza. O paisagismo teve a influência inicial de Burle Marx.



São mais de 500 obras de artistas de renome nacional e internacional.

Dentre as exposições que mais gostei estão:

1) "Desvio para o vermelho", de Cildo Meireles, pelo fato de "brincar" com a relação cor x espaço x luz.



2) “De Lama Lâmina”, de Matthew Barney, pela revestimento e externo e por trabalhar com a questão ambiental (máquina x floresta).



3) "Sonic Pavilion" ou Sons da Terra, de Doug Aitken. Além da curiosa idéia de ouvir as profundezas do nosso mundo, achei especialmente interessanteo material usado na fachada, uma espécie de vidro que só permite ver o exterior com nitidez quando se olha perpendicularmente à superfície.



Enfim, a ida a Inhotim com a turma foi uma experiência marcante!

sábado, 29 de maio de 2010

Uso das Ruas

Após navegar por diversos sites sobre usos alternativos das ruas, nos deparamos com duas propostas bastante interessantes.

A primeira delas é o SpaceBusters, ou Caçadores de Espaços, numa tradução literal.


O Spacebuster é construído sobre a base de uma van e um grande espaço inflável saindo da parte de trás da van com capacidade para 80 pessoas nele. As pessoas entram pela porta do passageiro da van em direção à parte de trás, onde há uma rampa para o espaço inflado. A bolha é suportada pela pressão do ar gerado por um "ventilador" debaixo da rampa.



A membrana da bolha é transparente para que as pessoas no interior posam ver esquematicamente o que está acontecendo do lado de fora e vice-versa. Assim, a membrana funciona como uma fronteira semipermeável entre o público e o privado.



Outra "instalação" que chamou atenção foi o "chá da tarde no meio da rua"
O vídeo a seguir é um resumo de como funcionou a instalação. Foi muito legal notar como os carros passam, de uma certa forma, a "respeitar" o espaço ocupado pela "sala do chá".



Fontes:
http://www.raumlabor.net/?p=1799
http://www.cascoland.com/2009/index2_dt.php?id=1456&cat=38&artist=Fiona%20de%20Bell,Bart%20Majoor,Bert%20Kramer,Gitte%20Nygaard,Jan%20Korbes,Roel%20Schoenmakers
http://www.cascoland.com/2009/index2_dt.php?id=1309&cat=38&artist=Fiona%20de%20Bell,Bart%20Majoor,Bert%20Kramer,Gitte%20Nygaard,Jan%20Korbes

terça-feira, 11 de maio de 2010

Manuelzão - Edições nº 27 e 28

Edição 27 - Junho/2004

100 Anos de Manuel Nardi (o Manuelzão), inspirador do Projeto
A reportagem capa desta edição traz um breve relato da visita da jotnalista Louradian Larsen à casa onde morava Manuel Nardi - personagem de Guimarães Rosa e que deu nome ao projeto - e que se tornou o Museu Memorial Manuelzão em jul/2003. A casa fica em Andrequicé, povoado do município de Três Marias. A descrição da casa é uma verdadeira viagem ao interior de Minas, elemento constante na obra de Guimarães Rosa.

Resíduos Sólidos - Quanto lixo você produz e qual seu destino final?
A matéria mostra a preocupação com a destinação final do lixo produzido, principalmente aqueles dispostos em lixões sem qualquer cuidado com as condições ambientais do local. Uma das preocupações do Projeto Manuelzão é que os aterros não sejam a principal solução para acomodar o lixo, devendo ser usado em dimensões menores e recebendo resíduos que não podem ser reaproveitados. Foi feita, ainda, uma análise do aterros sanitário de Belo Horizonte. O seu esgotamento é um exemplo de que outras posturas devem ser adotadas no gerecnciamento dos resíduos. Foram citadas medidas da Prefeitura para diminuir a quantidade de resíduo a ser aterrado, como o aproveitamento de entulho de construção civil por meio de duas usinas que reciclam esse material para ser reaproveitado em obras realizadas pela PBH (pavimentação de ruas por exemplo). Na segunda parte, foi destacada a parceria entre o Manuelzão e a Feam cuja objetivo é estabelecer estratégias de melhorias na destinação final do lixo em municípios da Bacia do Rio das Velhas.

Não ao desperdício - projetos de reaproveitamento de água
A reportagem aborda algumas técnicas simples que permitem reaproveitar a água de forma racional. Como exemplo são citadas as barraginhas - escavações na terra que formam bacias secas para reter água das enxurradas - que também evitam a erosão do solo e assoreamento. Essa técnica tem sido muito usada em regiões do Baixo Velhas e Também no Vale do Jequitinhonha, de acordo com a Embrapa, que também dá apoio técnico às populações interessadas. Outra maneira de reaproveitamento destacada é a reutilização de água de chuva que pode ser coletada e armazenada em reservatórios construídos no subsolo, sendo reusada para fins de jardinagem, lavagem do terreiro.

Canalização - Em debate, as interferências em cursos d'água
O assunto é abordado em um editorial e em uma reportagem. Relata-se que a canalização de rios e córregos é prática recorrente apesar dos impactos ambientais e custos elevados de manutenção. Representantes do Crea e Copasa elencam uma série de inconvenientes trazidos pela canalização (impermeabilização, aumento da velocidade da água, dificuldade em se fazer manutenção). O projeto de canalização não pode, no entanto, ser impedido de receber o licenciamento se estiver dentro das especificações técnicas e legais (CMMA's e FEAM's). Há a sugestão dos parques lineares como forma de se salvar os cursos d'água.

Outras reportagens
Avanços do projeto Meta 2010 através de parcerias com governo estadual, prefeituras, entidades, fundações e empresas particulares; Moradores da zona rural de Funilândia, junto à Emater, lutam para preservar as nascentes e revitalizar a bacia do Ribeirão Jequitibá (afluente do Velhas); A estação do inverno junto ao aumento da emissão de poluentes aumenta o número de doenças; Lançamento de Livro e Projeto Cultural sobre o Córrego da Baleia/Navio para conscientizar a população


Edição 28 - Setembro/2004

Monocultura do Eucalipto: risco ou solução?
A reportagem mostra as principais vantagens e desvantagens do manejo do eucalipto. São escutados diversos especialistas que trazem opiniões divergentes sobre o tema. Por fim, o projeto Manuelzão considera que para serem feitos plantios de eucalipto, as regiões devem se avaliadas amplamente, a fim de garantir a conservação dos ecossistemas e a sustentabilidade hídrica das bacias.

Contaminação por arsênio
No processo de beneficiamento do ouro, o rejeito possui o arsênio-pirita. A mineradora Anglo Gold e órgãos públicos divergem sobre as causas do elevado nível de arsênio no ribeirão Cardoso em Nova lima. Foi feito um termo de ajustamento de conduta que prevê a solução deste problema.

Agricultura Orgância
A reportagem traz à tona a discussão havida à época para regulamentar a agricultura orgânica. Há um retrato da forma como são feitas as certificações no Brasil, de forma participativa através de empresas e ONG's orientadas pela lei 10.831. É destacada também a necessidade de se certificar também não só a produção, mas o processamento e a distribuição de tais alimentos.

Outras reportagens
Urbanismo precisa ser revisto: crítica, essencialmente, ao excesso de áreas impermeabilizadas e asfaltadas nas áreas urbanas de BH; Medicina além do consultório: relato das experiências durante a disciplina Internato Rural, em que alunos de Medicina da UFMG atendem às populações de áreas rurais no interior de Minas. Interessante notar a relação entre medicinas, assistência médica, qualidade de vida, questões sanitárias, educacionais e ambientais.

Reportagem Comentada (edição 27 - jun/04)
Na edição 27 há um artigo de Isabel Regina de Souza Pereira sobre a canalização de rios. Acho o tema muito interessante e atual, além de ter relação direta com os temas e o trabalho realizado na Oficina. A chamada para mudança de paradigmas feita pela autora é ponto crucial. A revisão de práticas - canalização, impermeabilização, retificação de cursos - que vieram na onda do crescimento desordenado deve nortear o trabalho de urbanistas, arquitetos e engenheiros. Além disso, é importante também concentrar esforços para limpar os nossos rios e ribeirões. A reflexão proposta é o primeiro passo para ações que melhorem a saúde de nossas cidades.

sábado, 8 de maio de 2010

Disse que me Disse

Arquitetura de Madri invade o Espaço Cultural Casa do Baile

A produção arquitetônica da cidade de Madri, Espanha, é destaque na Casa do Baile. A exposição Madrid: 100% Arquitectura reúne em Belo Horizonte a obra de arquitetos madrilenhos desde o ano de 2000, realizadas em diferentes lugares do mundo. A mostra tem entrada gratuita, comecou em 10 de abril e pode ser visitada até o dia 20 de junho, de terça a domingo, das 9h ás 19h. A exposição é promovida pelo Instituto Cervantes, com apoio da Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura e da Casa do Baile, localizada na Avenida Otacílio Negrão de Lima, 751, Pampulha.



A exposicao e uma oportunidade para interessados adentrarem no modo de fazer arquitetura de outro país, abrindo espaço para o diálogo com profissionais de renome internacional. Mais do que simplesmente apresentar os trabalhos, a mostra revela as considerações e fatores condicionantes que deram o tom dos projetos, vislumbrando diversas perspectivas no modo de atuação na área.

Composta originalmente por cem projetos arquitetônicos já edificados, em Madri, outras cidades na Espanha e diferentes países, que são o retrato diverso de tipologias, modelos, formas e setores, a exposição na Casa do Baile trouxe 60 destes projetos especialmente selecionados. Eles foram divididos em sete áreas temáticas, organizadas por afinidade de função, escolhidos pela importância na concepção do espaço urbano e por responder, mais diretamente, à função pública no espaço na Pampulha: cívica, cultural, desportiva, educativa, institucional, de infraestrutura e de urbanismo.


Projeto para o Santander no México, do Estúdio Lamela.


Ampliação da sede corporativa da Siemens, em Madri, na Espanha, projeto de Julio Touza Rodríguez.


Hotel de clube de golfe Las Margas, em Sabiñánigo, Huesca, Espanha, projeto de José Luis Galán Peña e Carlos Abadías Banzo.


Edifício Atrio, em Madri, na Espanha, projeto de Norberto Beirak e Bibiana Ulanosky.


Torre Syv, em Madri, na Espanha, projeto de Carlos Rubio Carvajal e Enrique Álvarez.

domingo, 25 de abril de 2010

Proposta para um rio urbano - Arrudas (2ª parte)



Nossa proposta pretende valorizar os espaços ao redor do curso do Rio Arrudas através de intervenções que facilitem a apropriação destes locais pela população belo-horizontina. A atual configuração da bacia do Arrudas apresenta grandes terrenos impermeabilizados além de privilegiar a circulação de automóveis. A Linha só é Verde no nome! Entendemos ser importante resgatar o contato de nossa gente com o ambiente natural, o rio, a vegetação. Ao mesmo tempo, a cidade ganharia novos espaços para convivência, lazer e recreação.



As modificações foram divididas em duas regiões da atual Avenida dos Andradas: a primeira vai da Avenida do Contorno até as proximidades da estação de metro Santa Tereza e a segunda abrange a área entre o viaduto Santa Tereza e a Avenida do Contorno.

Na primeira parte, a idéia principal é manter em uma das margens a atual “caixa” de concreto em que o rio está inserido. A outra margem – à esquerda - daria lugar a um parque em declive (um grande talude com pequena inclinação). Imaginamos esse parque gramado como um espaço a ser usado pelas pessoas de maneira ampla e diversificada. Haveria liberdade de utilização pela população. Na região mais alta desse parque prevemos um local para instalação de ciclovias, pistas de skate, pequenas barracas comerciais e até pequenos bares. Seria nossa utopia heterotópica. Na margem direita, o grande muro de concreto seria preservado. Nossa sugestão é aproveitar esse grande paredão para manifestações culturais, notadamente o grafite. Outra opção é usá-lo com alguns murais espelhados, uma maneira de refletir a outra margem, mantendo um diálogo entre os dois lados do rio. Entendemos que a “preservação” de uma das margens é, também, uma forma de mantermos para as futuras gerações a memória de como os rios já foram tratados por nossa sociedade.





Além disso, o projeto não exige grandes alterações fora do espaço em que a avenida, o rio, e a rua fechada ao trânsito ocupam.

Lembramos que nossa proposta respeita a relação do Arrudas com o ambiente que o cerca. Nesse contexto, áreas impermeabilizadas e/ou asfaltadas foram preteridas Levamos em consideração, por exemplo, a variação de vazão do rio que ocorre de acordo com o regime de chuvas. Dessa forma, boa parte do parque linear proposto seria área alagável.



Na região do rio entre o Viaduto Santa Tereza e a Contorno, nossa idéia se modifica um pouco. Propusemos uma integração total entre o Parque Municipal e o Arrudas. Como a área de margem é mais restrita, idealizamos que as vias de rodoviárias sejam subterrâneas. As passagens de carro se dariam através de trincheiras ou túneis sob a atual Avenida dos Andradas que se tornaria uma extensão do Parque Municipal. Assim, grande parte dos galpões que hoje se situam na avenida seria demolida. Aqueles com valor histórico – como a Serraria Souza Pinto – seriam mantidos e passariam a fazer parte do Novo Parque Municipal. Poderiam se transformar em centros culturais ou em espaços para manifestações artísticas e populares.



Entendemos que as atuais linhas de ação dos governos – municipal e estadual – priorizam a circulação rodoviária, além de esconder o rio. Com nossa proposta, queremos reaproximar a cidade do rio. Resgatar na população um sentimento de identificação e carinho com o Arrudas. Tudo isso sem trazer prejuízos significantes a atual dinâmica da cidade.