domingo, 25 de abril de 2010
Proposta para um rio urbano - Arrudas (2ª parte)
Nossa proposta pretende valorizar os espaços ao redor do curso do Rio Arrudas através de intervenções que facilitem a apropriação destes locais pela população belo-horizontina. A atual configuração da bacia do Arrudas apresenta grandes terrenos impermeabilizados além de privilegiar a circulação de automóveis. A Linha só é Verde no nome! Entendemos ser importante resgatar o contato de nossa gente com o ambiente natural, o rio, a vegetação. Ao mesmo tempo, a cidade ganharia novos espaços para convivência, lazer e recreação.
As modificações foram divididas em duas regiões da atual Avenida dos Andradas: a primeira vai da Avenida do Contorno até as proximidades da estação de metro Santa Tereza e a segunda abrange a área entre o viaduto Santa Tereza e a Avenida do Contorno.
Na primeira parte, a idéia principal é manter em uma das margens a atual “caixa” de concreto em que o rio está inserido. A outra margem – à esquerda - daria lugar a um parque em declive (um grande talude com pequena inclinação). Imaginamos esse parque gramado como um espaço a ser usado pelas pessoas de maneira ampla e diversificada. Haveria liberdade de utilização pela população. Na região mais alta desse parque prevemos um local para instalação de ciclovias, pistas de skate, pequenas barracas comerciais e até pequenos bares. Seria nossa utopia heterotópica. Na margem direita, o grande muro de concreto seria preservado. Nossa sugestão é aproveitar esse grande paredão para manifestações culturais, notadamente o grafite. Outra opção é usá-lo com alguns murais espelhados, uma maneira de refletir a outra margem, mantendo um diálogo entre os dois lados do rio. Entendemos que a “preservação” de uma das margens é, também, uma forma de mantermos para as futuras gerações a memória de como os rios já foram tratados por nossa sociedade.
Além disso, o projeto não exige grandes alterações fora do espaço em que a avenida, o rio, e a rua fechada ao trânsito ocupam.
Lembramos que nossa proposta respeita a relação do Arrudas com o ambiente que o cerca. Nesse contexto, áreas impermeabilizadas e/ou asfaltadas foram preteridas Levamos em consideração, por exemplo, a variação de vazão do rio que ocorre de acordo com o regime de chuvas. Dessa forma, boa parte do parque linear proposto seria área alagável.
Na região do rio entre o Viaduto Santa Tereza e a Contorno, nossa idéia se modifica um pouco. Propusemos uma integração total entre o Parque Municipal e o Arrudas. Como a área de margem é mais restrita, idealizamos que as vias de rodoviárias sejam subterrâneas. As passagens de carro se dariam através de trincheiras ou túneis sob a atual Avenida dos Andradas que se tornaria uma extensão do Parque Municipal. Assim, grande parte dos galpões que hoje se situam na avenida seria demolida. Aqueles com valor histórico – como a Serraria Souza Pinto – seriam mantidos e passariam a fazer parte do Novo Parque Municipal. Poderiam se transformar em centros culturais ou em espaços para manifestações artísticas e populares.
Entendemos que as atuais linhas de ação dos governos – municipal e estadual – priorizam a circulação rodoviária, além de esconder o rio. Com nossa proposta, queremos reaproximar a cidade do rio. Resgatar na população um sentimento de identificação e carinho com o Arrudas. Tudo isso sem trazer prejuízos significantes a atual dinâmica da cidade.
domingo, 11 de abril de 2010
Proposta para um rio urbano - Arrudas.
O rio hoje.
Em Belo Horizonte e em algumas outras cidades brasileiras a solução para rios tem sido apagá-los do mapa. Não parece tão ruim para quem vê num rio nada além de um filete de água suja que atravessa a cidade. Mas, lembremos que ele só ficou assim depois de intervenções, e ao invés de corrigir uma proposta de “encaixotamento” que não teve muito êxito, que acabou artificializando o espaço do rio, os governos mantêm a mesma linha de pensamento e decidem que é melhor cobri-lo com a avenida.
O rio ontem.
Como podemos ver na imagem acima, o rio já teve um aspecto mais agradável que até lembra o aspecto das margens de rios de cidades européias.
Foi com um certa indignação que eu e Vinícius pensamos em uma proposta de revitalização do Arrudas prevendo maior interação entre rio e comunidades próximas. A idéia é fazer algo que não altere a dinâmica de transito da cidade (que aliás precisa de mudanças), que considere a vazão variável do rio e que sirva à população de alguma forma, sendo assim mais atraente, sob vários pontos de vista que o projeto atual.
Características da proposta
A proposta não exige grandes alterações fora do espaço em que a avenida, o rio, e a rua fechada ao trânsito ocupam. Em termos de organização do espaço é apenas um rearranjo: as duas mãos da avenida ficam mais próximas e isoladas do rio, enquanto o perfil das margens e da ciclovia mudam. Imaginamos que desta forma os gastos com a obra seriam reduzidos.
A ciclovia e a pista de Cooper, já existente em um trecho, seriam estendidas para todo trecho da intervenção, arborizada e com um calçamento com melhor absorção de luz para maior conforto das pessoas que ali passeiam.
Por se situar ao lado da avenida o local sofre muita poluição sonora. Isto é evitado com um canteiro elevado contendo vegetação que absorve os ruídos produzidos pelos carros alem de esconder o trânsito intenso.
O grafite, apesar de marginalizado, é muito presente em BH; então para colocar em evidência essa forma de expressão, pensamos em um mural abstrato com espaços para obras dos artistas locais.
Além da margem gramada, um espaço livre fica disponível para apropriações por parte da população que pode servir para feirinhas, quadra de esportes, lojas...
Esta era a antiga rua fechada que fica no mesmo nível da avenida e como no espaço existente deixa de existir na área mais densa da cidade.
Está é a primeira parte do projeto de classe “Rio Arrudas”.
Em Belo Horizonte e em algumas outras cidades brasileiras a solução para rios tem sido apagá-los do mapa. Não parece tão ruim para quem vê num rio nada além de um filete de água suja que atravessa a cidade. Mas, lembremos que ele só ficou assim depois de intervenções, e ao invés de corrigir uma proposta de “encaixotamento” que não teve muito êxito, que acabou artificializando o espaço do rio, os governos mantêm a mesma linha de pensamento e decidem que é melhor cobri-lo com a avenida.
O rio ontem.
Como podemos ver na imagem acima, o rio já teve um aspecto mais agradável que até lembra o aspecto das margens de rios de cidades européias.
Foi com um certa indignação que eu e Vinícius pensamos em uma proposta de revitalização do Arrudas prevendo maior interação entre rio e comunidades próximas. A idéia é fazer algo que não altere a dinâmica de transito da cidade (que aliás precisa de mudanças), que considere a vazão variável do rio e que sirva à população de alguma forma, sendo assim mais atraente, sob vários pontos de vista que o projeto atual.
Características da proposta
A proposta não exige grandes alterações fora do espaço em que a avenida, o rio, e a rua fechada ao trânsito ocupam. Em termos de organização do espaço é apenas um rearranjo: as duas mãos da avenida ficam mais próximas e isoladas do rio, enquanto o perfil das margens e da ciclovia mudam. Imaginamos que desta forma os gastos com a obra seriam reduzidos.
A ciclovia e a pista de Cooper, já existente em um trecho, seriam estendidas para todo trecho da intervenção, arborizada e com um calçamento com melhor absorção de luz para maior conforto das pessoas que ali passeiam.
Por se situar ao lado da avenida o local sofre muita poluição sonora. Isto é evitado com um canteiro elevado contendo vegetação que absorve os ruídos produzidos pelos carros alem de esconder o trânsito intenso.
O grafite, apesar de marginalizado, é muito presente em BH; então para colocar em evidência essa forma de expressão, pensamos em um mural abstrato com espaços para obras dos artistas locais.
Além da margem gramada, um espaço livre fica disponível para apropriações por parte da população que pode servir para feirinhas, quadra de esportes, lojas...
Esta era a antiga rua fechada que fica no mesmo nível da avenida e como no espaço existente deixa de existir na área mais densa da cidade.
Está é a primeira parte do projeto de classe “Rio Arrudas”.
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